Concordância verbal e nominal: entenda as principais regras (2023)

A concordância verbal e nominal é um tema que deve ser dominado por qualquer pessoa que deseje usar corretamente a língua portuguesa, além de ser um assunto que obrigatoriamente aparece em provas, como aprova do Enem ou em concursos públicos.

Isso porque, seja em questões deinterpretação de texto, gramática ou na redação, é essencial compreender a relação que garante que as palavras e termos da oração concordem entre si.

Quando dizemos, por exemplo, que neste texto “nós veremos usos e situações complexos”, estamos fazendo a concordância verbal entre o sujeito (nós) e o verbo (veremos), assim como a concordância nominal entre os substantivos (usos e situações) com o adjetivo (complexos).

Apesar de se tratar de um tema simples, a concordância verbal e nominal apresenta algumas situações de exceção que podem confundir o aluno.

Por isso, neste artigo vamos estudar detalhadamente cada situação e entender de uma vez por todas como fazer a concordância verbal e nominal.

Para dominar a língua portuguesa e elevar o nível de suas provas e redações, confira como funciona o curso de português do Kumon.

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Qual a importância de concordância textual?

Concordância verbal e nominal: entenda as principais regras (1)

Ao falarmos em concordância, estamos, por definição, falando sobre um acordo estabelecido entre duas partes.

No universo da gramática, a concordância verbal e nominal ocorre quando um verbo varia em número e pessoa, de acordo com o sujeito (concordância verbal), ou quando o adjetivo precisa variar em gênero e número em relação a um substantivo (concordância nominal).

É importante conhecer estas regras, já que elas são indispensáveis na hora de escrever uma redação corretamente, seja em um vestibular ou em um e-mail profissional.


Concordância verbal

A concordância verbal ocorre com o verbo em relação ao sujeito. Ou seja, a conjugação do verbo precisa se adaptar, seja no singular ou plural, seja na pessoa (1, 2ª ou 3ª), às condições propostas pelo sujeito.

Exemplos de concordância verbal:


  • Eu estudei;

  • Tu estudas;

  • Ele estudaria;

  • Nós estudávamos;

  • Vós estudais;

  • Eles estudarão.


Concordância nominal

Na concordância nominal, quem deve ser adaptado é o gênero (masculino ou feminino) e a pessoa, desta vez em relação ao substantivo e outros termos da sentença que o modificam, chamados de referentes (adjetivos, numerais, pronomes e artigos).

Exemplos de concordância nominal:


  • O aluno novo;

  • A aluna nova;

  • Os novos alunos;

  • As novas alunas;

  • Alguns alunos novos;

  • Algumas alunas novas.


Regras de concordância verbal

Concordância verbal e nominal: entenda as principais regras (2)

Há concordância verbal quando o verbo concorda com o número e pessoa do sujeito. Porém, existe uma série de situações distintas de como isso pode acontecer. A seguir, veja as regras específicas para cada uma delas.


Sujeito simples

Nos casos de sujeito simples, a conjugação verbal é feita concordando o verbo com o número e pessoa do sujeito.


  • André foi ao dentista.

  • Marina gosta de doces.

  • Eles vão embora.

  • Nós somos estudiosos.

  • As crianças brincaram o dia inteiro.


Sujeito composto

No caso de sujeito composto, temos duas situações: antes ou depois do verbo.


Sujeito composto antes do verbo

Quando o sujeito composto aparece antes do verbo, devemos conjugar este verbo sempre no plural.


  • Português e matemática são matérias interessantes.

  • Ana e Carlos foram ao cinema.

  • Tortas e bolos ficarão prontos amanhã.

  • Maria e José têm um filho.

  • Clima e temperatura estavam mais estáveis.


Sujeito composto depois do verbo

Quando o sujeito composto aparece depois do verbo, podemos conjugar este verbo tanto no plural quanto concordando com o sujeito mais próximo.


  • Conversaram pai e professora.

  • Conversou pai e professora.

  • Conversaram pais e professores.

  • Conversou pai e professores.


Pronome “que”

E como fica a concordância verbal quando o sujeito da oração é o pronome relativo “que”? Neste caso, desde que o “que” não seja predicativo de outra oração, ele deve concordar com o termo que o antecede.


  • Eu que cheguei primeiro.

  • Ele e a esposa que construíram a casa.

  • Eu que fiz.

  • Eles que fizeram.


Pronome “quem”

Ainda como uma variação da situação anterior, pode acontecer de o sujeito ser o pronome relativo “quem”. Nesta situação, o verbo pode tanto concordar com o termo que o antecede, como no caso do “que”, quanto ser conjugado na 3ª pessoa do singular.


  • Eu quem cheguei primeiro.

  • Eu quem chegou primeiro.

  • Ele e a esposa quem construíram a casa.

  • Ele e a esposa quem construiu a casa.


Nome próprio

Quando o sujeito é um nome próprio, deve ser tratado como a pessoa equivalente, conforme vimos anteriormente nos casos de sujeito simples e sujeito composto (antes ou depois do verbo).

Há ainda a situação em que o nome próprio pode ser acompanhado por um pronome de tratamento. Neste caso, o verbo deve sempre ser conjugado na 3ª pessoa, do singular ou do plural.


  • Solicito que Vossa Excelência analise o pedido o quanto antes.

  • Solicito que Vossas Excelências analisem o pedido o quanto antes.


Regras de concordância nominal

Concordância verbal e nominal: entenda as principais regras (3)

Como tratam-se de situações bem diferentes, as regras e exceções para concordância verbal e nominal também são distintas.

Para garantir que exista uma correta concordância nominal, devemos respeitar as relações de gênero e número entre substantivos e outros termos que o acompanham, como adjetivos, pronomes, numerais e artigos.

Além desta determinação geral de concordância nominal, ainda existem algumas exceções às quais você deve estar atento, como acontece com as expressões “meio”, “anexo”, “é proibido” e “menos”.


Substantivo + um adjetivo

Quando o substantivo é acompanhado de outro termo, como um adjetivo, deve haver concordância nominal entre eles, tanto de gênero (masculino ou feminino) quanto de número (singular ou plural).


  • A menina é esperta.

  • O menino é esperto.

  • As meninas são espertas.

  • Os meninos são espertos.


Verbo ser + adjetivo

Neste caso em particular, o adjetivo deve concordar com o substantivo se houver um artigo ou outros elementos determinantes.


  • A tristeza é maléfica para o espírito.

  • A comida é nutritiva.

Porém, se o substantivo estiver isolado, ou seja, não estiver acompanhado de artigo ou elemento determinante, a concordância deve ser realizada no masculino e singular.


  • Tristeza é maléfico para o espírito.

  • Comida é nutritivo.


Substantivo + números ordinais

A concordância entre substantivo e números ordinais deve levar em consideração a posição de um em relação ao outro.

Quando os números ordinais aparecem antes do substantivo, a concordância é opcional e pode ser feita tanto no plural quanto no singular.


  • O primeiro e segundo lugar da corrida.

  • O primeiro e segundo lugares da corrida.

Quando os números ordinais vêm depois do substantivo, entretanto, é obrigatório que a concordância seja feita utilizando o plural.


  • Os lugares primeiro e segundo da corrida.


Substantivos + dois ou mais adjetivos

Quando há dois ou mais adjetivos que se referem a um mesmo substantivo, ele é que deve ser modificado. Isto pode ser feito tanto mantendo o substantivo no singular quanto no plural.

Caso o substantivo se mantenha no singular, deve-se utilizar um elemento determinante, como um artigo, antes do segundo adjetivo.


  • As economias portuguesa e espanhola.

  • A economia portuguesa e a espanhola.


Substantivos + um adjetivo

No caso de haver mais de um substantivo e somente um adjetivo, a concordância nominal pode ser feita de duas formas diferentes.

Se o adjetivo aparece antes dos substantivos, o adjetivo faz a concordância com o substantivo do qual está mais perto.


  • Linda árvore e campo.

  • Delicioso café e água.

Porém, se o adjetivo aparece depois dos substantivos, a situação é diferente. Quando isso acontece, o adjetivo pode tanto concordar com o substantivo mais próximo, quanto com todos os substantivos.


  • Redação e exercício complicado.

  • Exercício e redação complicada.

  • Redação e exercício complicados.

  • Exercício e redação complicados.


Concordar com substantivo próximo

Como regra geral, em inúmeras situações, podemos dizer que o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo. Ainda assim, é essencial para seus estudos ficar atento a todas as exceções para esta regra.


  • A menina bonita gosta de se arrumar.

  • Os meninos vaidosos gostam de usar perfume.

  • O cachorro e gato molhado entraram em casa.

  • Vocabulário e pronúncia avançada.


Inserir artigo antes do último adjetivo

Conforme explicamos acima, se um substantivo é acompanhado de dois ou mais elementos, ele deve ser modificado para que haja concordância. Porém, isso não é necessário caso seja adicionado um artigo antes do último adjetivo.


  • O cachorro branco e o preto.

  • A criança tímida e a extrovertida.

  • O caminho fácil e o difícil.

  • O chá frio e o quente.


O termo “menos”

Como trata-se de uma palavra invariável, “menos” deve ser escrito sempre assim, mesmo quando estiver próximo ou acompanhar um substantivo ou adjetivo feminino.


  • O corredor menos rápido da turma.

  • A corredora menos rápida da turma.

  • Ela tinha menos laranjas que sua mãe.


O termo “anexo”

Como mandamos muitos e-mails atualmente, é muito comum usarmos a palavra “anexo” com regularidade. Porém, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como utilizar este termo corretamente.

Quando usamos “o anexo”, estamos falando de um substantivo. Entretanto, quando não há o artigo e usamos somente “anexo”, ele tem função de adjetivo.

Nesta situação, a palavra “anexo” deve concordar com o substantivo que a acompanha.


  • Segue arquivo anexo com sugestões de cronograma e orçamento.

  • Segue planilha anexa com sugestões de cronograma e orçamento.

  • Os arquivos anexos comprovam o que foi declarado pela vítima.

  • As planilhas anexas explicam em detalhes quais são os custos da obra.


Curso de português Kumon

A forma como explicamos neste artigo algumas das regras de concordância verbal e nominal costuma ser a mais utilizada no método de ensino tradicional. O aluno aprende quais são as regras e deve usar técnicas de memorização para guardá-las.

Porém, no curso de português do método Kumon, isto acontece de um jeito bem diferente. Isto porque o aluno parte da leitura e compreensão de diversos tipos de textos para então, a partir daí, entender as regras gramaticais, como a concordância verbal e nominal, por exemplo.

Assim, o principal objetivo do método é desenvolver a capacidade do aluno de ler e interpretar uma série de textos. À medida que o aluno evolui em sua aprendizagem, depara-se com temas mais complexos e desenvolve cada vez mais as suas capacidades.

Mais uma vez, ao contrário do que acontece no ensino tradicional, o método Kumon é inovador ao oferecer um modelo de estudos exclusivo e individualizado, que respeita o ritmo e a capacidade de cada estudante.

Desta forma, cada aluno consegue evoluir passo a passo, com segurança e confiança, o que o torna cada vez mais motivado a buscar novos tipos de leituras e conhecimentos sobre gramática, ortografia e interpretação de texto.


Conclusão

A concordância verbal e nominal é um tema relativamente simples, como você viu neste artigo. O que acaba tornando o assunto complexo é a grande quantidade de exceções e casos especiais.

Para compreendê-los em sua totalidade, você deve estudar bastante e conhecer todas as regras de concordância.

Isto pode ser feito tanto decorando todos os casos e como cada um deles se comporta, ou compreendendo a dinâmica da língua portuguesa.

Esta segunda situação costuma trazer resultados mais consistentes, já que com ela o aluno realmente aprende e internaliza o conhecimento.

Uma das melhores maneiras de alcançar este resultado é por meio da leitura. Isso é comprovado na prática pelo método Kumon, que todos os anos forma milhares de alunos e leitores no curso de português.

Se você quer saber mais sobre a língua portuguesa, visite nosso site e veja como funciona o Kumon de Português.

Agora, se você deseja continuar aprendendo por conta própria, vá além do aprendizado da concordância verbal e nominal. Dê uma olhada neste artigo que fizemos sobre o uso da vírgula!

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Author: Chrissy Homenick

Last Updated: 17/05/2023

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